sábado, 12 de março de 2011

Pagode de Amarante


 
Pagode é dança da negro, mas todo mundo participa. Ne cidade da Amarante, raro é o sábado em que não se ouve o batuque nos arredores ou em qualquer terreiro da beira do Canindé ou do Parnaíba. é uma tradição que vem do tempo da escravidão.
          Dois cantadores dão o ritmo nos tambores ou caixotes improvisados. cantando cantigas bem tradicionais ou improvisando versos, sempre a duas vozes. Os participantes, velhos e jovens, formam duas filas, aos pares, que se cruzam sem obedecer a coreografia preestabelecida. Cada per vai improvisando rodopios, sapateando e gingando. As negras se requebram, enquanto os homens lhes fazem galanteios, numa incrível exuberância sensual. Os homens dançam batendo em matracas, chamadas da "gafanhotos". É uma espécie da castanhola, feita da um pau oco, medindo uns quinze centímetros mais ou menos. O uso desse "gafanhoto" é típico do Pagode de Amarante e produz um estranho som, alucinante e belo. Os dançadores não cantam, mas demonstram seu contentamento com gritos e gestos. Tudo isto faz do Pagode do Amarante uma das mais esfuziantes danças, cheia da sensualidade, de riqueza coreográfica e da ritmo afro de grande beleza.

Boi Estrela Mangueira

Boi estrela mangueira
Quem te ensinou a dançar
Rodou, trocou no pilar café
Quero me casar mas papai não quer.

A cobra salamanca
É uma cobra da agonia
Se pisar no meio quebra
Se pisar no rabo chia.

Bateu palma de gambirra
Que cabra bom já chegou
Com sua bandeira da guerra
O mar e o imperador

O galo cantou
Já é do madrugada
Eu quero dormir um sono
No colo da minha amada

Este boi é meu, Maria
Este boi dá
Este boi é meu
Só morre quando eu mandar
Este boi dá

Gavião de mansinho
Sentou no pau e pensou
E o menino marvado
Atirou a pedra e matou

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